Solteiros, Sexo e uma Vida Completa

Em 1987, escrevi um editorial para a Minneapolis Star-Tribune durante a explosiva controvérsia sobre propagandas de preservativos na televisão. A preocupação das redes de comunicação focava na ajuda do controle do avanço da AIDS. Meu ponto fundamental era: “No ato de apoiar a proteção da doença, os anúncios apoiam a causa, isto é, a promiscuidade sexual”. Eu disse que a afirmação de que preservativos fazem o sexo “seguro” mostra a incrível ingenuidade acerca da natureza humana.

Meu argumento foi este: “A profundidade e significância da personalidade é maior do que o aspecto meramente físico. Apenas uma visão superficial da personalidade diz que nós estaremos ‘seguros’ se evitarmos uma doença, enquanto buscamos ações que a civilização ocidental tem, predominantemente, chamado de imoral e a Bíblia indica como desonra ao nosso Criador ... Não apenas o ensino bíblico, mas também o testemunho da consciência humana, em culturas variadas, ao redor do mundo, diz durante séculos que a relação extraconjugal e a atividade homossexual são destrutivos para a personalidade, para os relacionamentos e para a honra de Deus, que fez nossa sexualidade para aprofundar e alegrar a união de homem e mulher no casamento”.

Você pode imaginar que isto não ficou sem protesto. Eu tenho uma carta de um jovem homem que falou como representante de um certo grupo de pessoas solteiras, quando disse: “Minha namorada e eu temos tido ótimas relações juntos. Achamos que suas ideias são repressivos restos da era Vitoriana que fizeram as pessoas neuróticas e miseráveis. Pensamos que nossa sexualidade é parte de nossa personalidade, e não desfrutar disso implica em sermos pessoas incompletas. Não temos a intenção de casarmos para satisfazer as expectativas de qualquer puritano. Também, entendemos que uma vida de escravidão à virgindade significaria ser apenas meio humano”.
Quando escrevi de volta para este homem, o centro de minha resposta foi: O ser humano mais completo que já existiu ou existirá, é Jesus Cristo, e Ele nunca teve relações sexuais.

Isto pode ser poderosamente libertador para pessoas solteiras que pensam, em alguns momentos: “Algo que nunca terei são relações sexuais e não experimentando isso, não serei tudo que eu esperava ser”. A tal pensamento, Jesus, o virgem, diz: “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre” (Lc 6.40). Nós sempre encontraremos montanhas de verdadeira semelhança humana com Cristo para escalar, mas a relação sexual não é uma delas. Pois, ainda que nunca conheceu isso, Ele é infinitamente completo.

O paradoxo que podemos perceber é captado no título do livro de Luci Swindoll sobre a vida de solteiro: “Alargo meu mundo, Diminuo minha cama”. Solteira por escolha, aos quarenta e nove anos (quando escreveu o livro), ela mostra que o caminho apertado do filho do homem, o qual não tinha onde repousar a cabeça (nem mesmo sobre o ombro de uma mulher), conduz a um mundo amplo de surpresa, liberdade, alegria e amor.

Cheryl Forbes ilustra como ela e outras solteiras e solteiros se inspiraram pela “amplitude” da vida de solteiro de Jesus:

Jesus é o exemplo a seguir. Ele era solteiro. Nasceu para servir; Teve profundas amizades com todo tipo de pessoas – homens, mulheres, solteiros e casados. Esta foi sua obra, uma parte pessoal de sua final missão de morrer na cruz por nossos pecados ... seus relacionamentos com Maria, Marta, Pedro, e os outros discípulos ajudaram a prepará-lo para sua morte. Ninguém ama abstratamente. Ele permitiu-se a si mesmo ser interrompido por crianças carentes, pais perturbados, homens famintos e mulheres doentes ... Jesus buscou fazer a si mesmo vulnerável.

Fonte: O Militar Cristão
Autor: John Piper